quarta-feira, 28 de setembro de 2011

a maravilha amarela

Sol ao alto, tripulantes!

Mais uma vez, enquanto voamos, dito estas palavras para o binofotomultiscópio que as transmite para nosso veículo de comunicação com extensões atmosférico-planetárias.

A ausência de novos relatos em alguns dos últimos dias deve-se a um único acontecimento: a chegada à Maravilha Amarela! Atingimos este evento naturimbus pouco tempo depois que deixamos a Maravilha Lilás e fomos imediatamente tomados por ele! Uma maravilhosa melodia em mi, que soava em variados timbres, acompanhava as ondulações de uma resplandecente luz amarela - eram as partículas da nuvem se liquefazendo e banhando a todos que por ali passavam! Guiados por essas delícias, chegamos a uma espécie de clareira, um vão entre as gotículas da nuvem, onde a luz era mais intensa e a música mais acelerada. Mais encantador do que isso, havia lá um grande baile onde dezenas de casais flutuantes dançavam esplendorosamente!

De pronto, juntamo-nos a eles - confesso que nesse momento, paralisado pela minha costumeira timidez, precisei contar com a ajuda de uma eufórica desconhecida que me tirou para dançar… Dias se passaram embalados pela alegria que conduzia a todos, sem que percebêssemos a existência de fadiga em nossos corpos ou de tédio em nossas mentes - ou mesmo a passagem do tempo. Notávamos apenas que o salão por vezes parecia ser decorado com a luz sobre a névoa branca combinada com um azul celestíssimo, que se revelava em alguns pontos; em outras vezes a luz amarela tornava-se mais intensa e salpicada de pequenas luzinhas piscantes projetadas sobre um escuro azul profundo.

Ora, toda essa alegria, toda essa exuberância não deixaram espaço em minha mente para que eu aqui registrasse mais notícias… Mas, na última noite, a música tornou-se mais envolvente, mais alegre, os presentes tornaram-se ainda mais exímios dançarinos e, num grande êxtase e com perfeição, a música acabou numa sequência genial de notas em mi maior! Os casais fizeram reverências e, em seguida, aplaudiram longamente o espetáculo. Então abraçamo-nos todos e cada um reencontrou sua família e seus companheiros, retornando ao dorso das grandes aves e partindo em direções diferentes num mergulho noite adentro.

Também nós partimos, renovados! Von Nimbus aconselhou-nos a aproveitar a energia para percorrer um dos trechos mais longos da nossa jornada. E é precisamente o que estamos fazendo agora…

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