sábado, 15 de outubro de 2011

a maravilha ciano

 Temporal em curso, exploradores!

Foram longas - e surpreendentes - as horas transcorridas na enxurrada que nos levou para fora do Clarão. Surpreendentes porque não só de água era composto o rio: enormes cristais redondos e de um anil profundo faziam-no brilhar! Tal fato foi de extrema importância, visto que a única forma de acalmar Valentina, que estava aos berros, foi atentá-la para a beleza das pedras. Aos poucos, porém, vimos os cristais diminuírem nas nossas mãos até escorrerem entre nossos dedos… E foi com grande alívio que percebemos que não eram eles que tinham seu tamanho reduzido, mas nós que tínhamos o nosso restabelecido!

Von Nimbus ia à minha frente às gargalhadas, dizendo "Feliz nem passarinho de pena azul é mais!" e outras frases de natureza semelhante. Já Celina e as outras salamandras haviam desaparecido. Concluí que, sabendo do que estava por vir, haviam ficado em uma porção segura do Clarão, afim de lá permanecer para coordenar a produção dos relâmpagos.

Enquanto estávamos entretidos com a beleza do brilho azul, a enxurrada nos conduzia para uma região conhecida da nuvem: a encosta vermelha. Agora a azulada luz produzida pelos cristais fazia com que parecesse violeta e lá soava uma melodia em sol e lá bemol - peculiar combinação!

Eu mal podia conter minhas expectativas sobre o que estaria por vir! Maravilhado, via descendo sobre os cristais anil outros cristais, com nova cor: ciano. Sobrepunham-se aos primeiros, trazendo uma cor tão luminosa quanto o início da noite!

Da roxa névoa vi surgir as imensas asas de Heitor e Tôca, que de lá nos carregaram, temerosos pela instabilidade daquela região. Voamos alto e pudemos perceber que o sublimatório de nossa estimada nuvem está já bastante reduzido. Imaginei ainda que o rio de pedras reluzentes deve se estender por ele todo, pois uma poderosa névoa azul liga os dois extremos de Clareada, como se fosse uma peça encaixada em seus limites! Acredito que essas preciosas corredeiras tenham a função de trazer os habitantes da nuvem ao encontro das últimas maravilhas.

Ainda há pouco comentei com Valentina sobre essa possibilidade, mas ela parece não me escutar… A música que ouvíamos às margens do rio agora está tão alta!… Começo a ter dificuldades para ouvir meus próprios pensamentos! Já não posso prosseguir com este registro...

Ventania breve, amigos!

2 comentários:

  1. que viagem linda a de vocês! estou escrevendo um livro que lembra bastante o universo clareada, quem sabe um dia eles se trombem por aí.

    enquanto isso, vou ler a história de vocês do começo, do jeito certo.

    :) falei da jornada no meu blog: http://palitosdefosforo.wordpress.com/2011/10/17/c-l-a-r-e-a-d-a/

    parabéns!

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  2. obrigada, francine palitos! :)

    espero que tudo se trombe (a gente, as histórias)! em alguma nuvem ou na terra. eu até levo uns docinhos para acompanhar!

    beijo grande e vento breve!

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